sábado, 10 de dezembro de 2011

domingo, 4 de dezembro de 2011

Encontro Intergeracional - 30 de novembro

O Encontro de 30 de novembro foi maravilhoso! Aqui estão algumas fotos para relembrar. Foi difícil escolher, foram tantos os momentos emocionantes! 
As fotos são da Toninha.







sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sarau Poético - Novembro 2011

Amostra do sarau poético de novembro. Claudio Navarro recita seu poema Na noite dos pirilampos. Maravilhoso!





terça-feira, 18 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Conheça o Programa Biblioteca e Educação

Programa Biblioteca e Educação é uma iniciativa de formação em serviço, da Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo, envolvendo profissionais responsáveis pelas ações pedagógicas e culturais de sua rede de bibliotecas escolares. Participam da formação bibliotecários, agentes e auxiliares de bibliotecas escolares, professores, coordenadores e demais técnicos de nível superior e médio da rede municipal de ensino.

As ações do Programa articulam-se em torno de cinco eixos temáticos: a pesquisa escolar; as linguagens e as práticas culturais; a memória local; as relações e a posição da biblioteca escolar nos circuitos culturais (bibliotecas públicas, museus, centros culturais e outros); a elaboração e implementação de projetos pedagógicos pela biblioteca escolar. Cada eixo temático, por sua vez, é desenvolvido a partir de quatro linhas de ação: oficinas, seminários, publicações (Coleção Biblioteca e Educação) e plataforma virtual (e-REBI).

Realizado em cooperação com a Fundação de Apoio à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FAFE), o Programa foi concebido e é acompanhado por pesquisadores do Colabori (Colaboratório de Infoeducação), do Departamento de Biblioteconomia e Documentação da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, sob a coordenação geral do Prof. Dr. Edmir Perrotti.

Programa Biblioteca e Educação teve início em abril de 2011, com duração prevista até dezembro de 2012. Suas ações formativas são flexíveis, ajustando-se às demandas de cada segmento delas participante. Em decorrência, conteúdos, abordagens, modos de acompanhamento, cargas horárias são diferenciadas e especiais para cada grupo. Além de instrumentalizar em práticas profissionais envolvendo a biblioteca escolar, oPrograma Biblioteca e Educação objetiva, especialmente, a socialização dos profissionais nos quadros de produção de conhecimentos de sua área de atuação, tomando-os, nesse sentido, como sujeitos que participam afirmativamente da cultura da informação.



Veja mais no site: http://bibliotecaeeducacao.pro.br/index.html

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Sarau Poético - Outubro 2011

Amostra do sarau poético de outubro. Therezinha declama Olavo Bilac. Imperdível!


Sarau Poético - Setembro 2011

Oi, pessoal! Aqui está uma pequena amostra do sarau poético de 14 de setembro de 2011. Toninha lê Carlos Drummond de Andrade.



domingo, 2 de outubro de 2011


'Super-Humanos: aos 92 anos, vovó Olga é um fenômeno do atletismo

No #2 capítulo, a senhora que está sendo estudada por cientistas porque, apesar da idade, seus músculos parecem não sentir a passagem do tempo

Por GLOBOESPORTE.COMVancouver, Canadá

A maioria dos adultos trabalha duro, paga impostos e junta dinheiro de olho em uma aposentadoria confortável. Ao chegar à terceira idade, as pessoas querem apenas descansar e curtir a vida. Agora, no segundo capítulo da série "Super-Humanos", do Esporte Espetacular, você vai conhecer a história da vovó Olga, uma idosa de 92 anos que virou fenômeno do atletismo e está sendo estudada por cientistas da Universidade McGill, de Montreal, no Canadá.
Olga Kotelko é filha de imigrantes ucranianos radicados no Canadá. Na infância, trabalhou na lavoura e depois virou professora. Após uma desilusão amorosa no casamento, resolveu dar uma guinada: divorciada, mudou-se com as duas filhas para Vancouver, cidade que respira esportes. E foi aí que sua vida mudou radicalmente. Apesar de tardiamente, ela descobriu o atletismo aos 77 anos e foi recomendada por muitos médicos a procurar outras atividades mais leves, como caminhada ou hidroginástica. Mas Olga resolveu se arriscar na nova descoberta:
- Havia um clube de atletismo para veteranos no meu bairro, e eu olhava e pensava: "nossa, isso é muito difícil". Não era para alguém da minha idade. Então um dia fui assistí-los em uma competição e vi uma mulher jogando algo da altura do pescoço, era um arremesso de peso. Pensei, "se ela consegue, também consigo". Foi assim que comecei - contou.
Recordes, medalhas e espanto geral
Daí para frente Olga não parou mais. Aos 79 anos participou da sua primeira competição e não tomou conhecimento das outras atletas - da mesma faixa etária. No arremesso de dardo, jogou o objeto 10 metros a mais que as concorrentes. As adversárias pareciam não entender e ficaram curiosas, fazendo perguntas, como ela mesma conta: "Como você é tão forte? O que você comeu? Quem é seu treinador?".
Super-Humanos ee (Foto: Reprodução/TV Globo)Vovó Olga mostra muita disposição nas pistas de corrida (Foto: Reprodução/TV Globo)
No currículo, mais de 20 recordes mundiais em diversas modalidades do atletismo: arremesso de peso, disco, dardo, martelo e corridas de curta distância, como 100m e 200m. Quebras de marcas e muitas medalhas, uma supremacia assustadora em um esporte que cada milésimo vale muito. Por exemplo, o tempo de Olga nos 200m (56s46) é quase 15 segundos menor que o da segunda colocada (1m09s09).
O desempenho de Olga chamou tanta atenção que os cientistas da Universidade McGill resolveram entender melhor o que ocorre com o corpo dela. Nas pessoas comuns, com o passar do tempo, é normal a diminuição da massa muscular. Mas isso não acontece da mesma maneira com ela, seus músculos parecem não sentir a passagem do tempo.
Super-Humanos ee (Foto: Reprodução/TV Globo)Antes do atletismo, Olga pega peso na academia
(Foto: Reprodução/TV Globo)
- O que sabemos é que a decadência muscular dos humanos começa a partir dos 50 anos. Só que depois dos 70, a perda de massa muscular é imensa e são justamente os músculos que vão determinar o quão independentes nós vamos ser na terceira idade. Se vamos conseguir levantar sozinhos da cadeira, evitar quedas ou controlar nossos movimentos - disse Russ Hepple, PHD em fisiologia pela Universidade McGill.
- Os músculos de Olga, quando você olha, não parece de alguém com 90 anos. Eles têm 60, 70 anos no máximo. Por que? Esse é o grande mistério - levantou a questão, Tanja Taivássalo, professora e pesquisadora da Universidade McGill.
Das pistas para o laboratório
A atleta aceitou o pedido dos cientistas para ser estudada no laboratório. Olga teve o corpo todo mapeado para tentar desvendar os segredos da sua resistência. Pegaram um pedaço de músculo para analisar as células. Dentro de cada célula existe a mitocôndria, que funciona como uma central de energia. Com o avanço da idade, a mitocôndria apresenta defeitos, e a célula não alimenta mais os músculos corretamente. No entanto, apesar dos 92 anos, as células das fibras de Olga estão a pleno vapor, sem falhas.
- Tipicamente o que vemos a partir dos 70 anos é de 1% a 2% de células mortas, por causa de defeitos na mitocôndria. Isso deixa os músculos mais fracos. Em Olga, não vimos nada disso. É impressionante - disse Tanja.
A explicação para o desempenho fora do normal pode estar na rotina de treinamento. Olga não para nunca, se mantém em atividade regularmente: cuida do jardim em casa, trabalha no bazar da igreja local, faz academia e treina sempre respeitando o próprio corpo.
- Com o envelhecimento fui aprendendo o valor do tempo. Escolhi ser uma atleta de coração jovem em vez de uma velinha problemática. Acredito de verdade que nunca é tarde para alcançar uma boa saúde. Mas você tem que trabalhar para isso, não vai acontecer do nada - avisou Olga.
Sempre de olho no futuro
Professor e pesquisador da Universidade McGill, o brasileiro Dilson Rassier acha que a pesquisa sobre as habilidades "super-humanas" da vovó Olga pode ajudar a vida de outros idosos futuramente:
- Acho que vamos acabar derrubando vários dogmas, que podem ou não impedir pessoas de fazer atividade física, pessoas com idade avançada, com certas doenças neuromusculares. Só tende a melhorar a qualidade de vida dessas pessoas num futuro próximo.
O senhora de cabelos brancos que chamou a atenção de todos também adota um curioso sistema de alongamento e massagem, que ela faz sozinha em casa. O processo dura cerca de uma hora e vai do fio de cabelo até as pontas dos pés. Olga garante que depois do ritual está renovada e pronta para outra maratona de exercícios. E parece que ela está sempre pronta, sempre olhando para frente:
- Não vejo nenhuma razão para eu parar e não planejo parar. Estabeleço objetivos para mim e adoro competir - finalizou.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2011/10/super-humanos-aos-92-anos-vovo-olga-e-um-fenomeno-do-atletismo.html?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=globoesportecom

sábado, 1 de outubro de 2011

Sarau Poético - 05 de outubro


Oi, meus caros amigos,


Sugiro, abaixo,  alguns sites de pesquisa sobre poesia infantil ou infanto juvenil, onde encontrarão lindos poemas de autores conhecidos ou não, para entrarem no encantamento dos tempos da infância. Outros mais vocês poderão encontrar pesquisando no Google, ou nos livros que tenham em casa. Nas livrarias também encontrarão livros belíssimos...
Vamos nos lembrar dos poemas que recitávamos na infância ou, lendo os novos poetas, deixar que doces ( ou não tão doces) lembranças sejam ativadas. E o mais importante, vamos compartilhar nossas memórias, avivadas pela poesia.
Bom final de semana para vocês.

Toninha







quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Projeto Estação Memória

Texto sobre o Projeto Estação Memória na Revista Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia.

A Estação Memória nasceu de um projeto de pesquisa do professor Edmir Perrotti, do Departamento de Biblioteconomia e Documentação (CBD). Os primeiros esboços do projeto datam do final da década de 1980. O projeto é coordenado pela professora Ivete Pieruccini, também do CBD. A ideia é trabalhar o processo de lembrar, de rememorar. Os participantes, na maioria, têm entre 80 e 90 anos de idade e reúnem-se na Escola de Comunicações e Artes na USP. O grupo faz encontros entre jovens e idosos, e para a coordenadora os jovens que participam tornam-se mais prestativos e compreensivos com os idosos e melhoram até mesmo sua relação com pessoas idosas da família.

Fonte: http://www.deolhonaci.com/news/projeto%20esta%C3%A7%C3%A3o%20memoria/

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

'Envelhecimento e Subjetividade' é o tema da 8ª mesa sobre idosos no Brasil


A abordagem psicanalítica das questões relativas ao envelhecimento será o enfoque da mesa-redonda "Envelhecimento e Subjetividade", no dia 30 de setembro, às 14h, no IEA. Será a 8ª mesa-redonda do ciclo "Idosos no Brasil: Estado da Arte e Desafios", iniciado em outubro de 2010. As expositoras serão as psicanalistas Délia Catullo Goldfarb, Maria Júlia Kovács e Miriam Schenkman Chnaiderman.
Délia Catullo Goldfarb é psicanalista com especialização em gerontologia. Fez mestrado em psicologia clínica na PUC-SP e doutorado em psicologia escolar e do desenvolvimento humano no Instituto de Psicologia (IP) da USP. É professora e coordenadora do curso de psicogerontologia da PUC-SP. Seus principais temas de pesquisa são Alzheimer, depressão, cuidadores, demências, acompanhamento terapêutico com idosos, psicanálise e envelhecimento.
Maria Júlia Kovács é professora do IP-USP, onde obteve o doutorado em psicologia escolar e do desenvolvimento humano e coordena o Laboratório de Estudos sobre a Morte. O tema de sua tese de livre-docência foi "Educação para a Morte: Desafio na Formação de Profissionais de Saúde e Educação". Suas pesquisas tratam de morte, luto, bioética, formação de profissionais de saúde e educação.
Miriam Schenkman Chnaiderman fez mestrado em comunicação e semiótica na PUC-SP e doutorado em artes na USP. Dirigiu os curtas-metragens documentais "Dizem que Sou Louco" (1994), "Artesãos da Morte" (2001), "Gilete Azul" (2003), "Isso, Aquilo e Aquilo Outro" (2004), "Você Faz a Diferença" (2005) e "Passeios no Recanto Silvestre" (2006). Publicou dois livros sobre as relações entre arte e psicanálise: "O Hiato Convexo: Literatura e Psicanálise" (1989) e "Ensaios de Psicanálise e Semiótica" (1989).
O ciclo é uma realização do IEA, Grupo Mais do Hospital Premier e Oboré Projetos Especiais de Comunicação e Artes. A coordenação é de David Braga Jr., do Grupo Mais.
Local: Sala de Eventos do IEA, Rua Praça do Relógio, 109, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo.
Transmissão: ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo.
Informações: com Sandra Sedini (sedini@usp.br), tel. (11) 3091-1678.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dia Internacional do Idoso no SESC


O dia 1º de outubro, por meio da lei federal 1.433 de 28 de dezembro de 2006, foi instituído como Dia Internacional do Idoso. O SESC SP propõe uma variedade de ações voltadas ao público idoso com objetivo de promover e estimular a educação permanente, a sociabilização, a reflexão sobre o envelhecimento, além de registrar a data como uma forma de reconhecer as positivas transformações que ocorreram em nosso meio social, no que tange às conquistas dos idosos. De 01/10 a 30/10.

Veja a programação em: 
http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/busca.cfm?conjunto_id=9018

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Recado da Toninha sobre o Sarau Poético

Oi, pessoal,
lembrem-se de que amanhã teremos nosso Sarau Poético. Levem poemas para ler ou declamar.
Inspirem-se na Primavera que está chegando e descubram poemas ligados à temática da beleza dessa estação de renascimento, conforme o combinado!
E, ainda, nosso conhecido e querido Carlos Drummond de Andrade também está na programação do dia.
Vamos trazer a poesia que guardamos em casa? E compartilhar nossas memórias sobre os poemas preferidos...
Até amanhã!
Abraços
Toninha

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Calendário agosto-novembro 2011

Lembrando algumas datas do semestre:

Sarau Poético

  • 14/09
  • 05/10
  • 09/11
Feriados

  • 07/09
  • 12/10
  • 02/11

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Início 10 de agosto 2011

Olá, pessoal!

Os trabalhos da Estação Memória recomeçam amanhã, 10 de agosto de 2011.

Até!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Estação Memória no YouTube

Olá, pessoal!

Aqui estão alguns dos vídeos da Estação Memória coletados pela Elisângela. Para relembrar!

http://www.youtube.com/user/TheElisAlves

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Despedida

A Despedida de Pedrina

Adeus, escola mui breve
Vai ficar na solidão
E que a saudade eu leve
dentro do meu coração.

Longe da sua amizade
Ausente da sua voz
Há de ficar a saudade
Que mora dentro de nós.

Sozinha - que desconsolo -
Vou longe daqui ficar
E este silêncio tão morto
Que hoje aqui vou deixar.

Adeus, ó mestra querida
Adeus, nosso segundo lar
Adeus, queridas colegas
Adeus, nossa boa escola.

A cura através das lembranças



DEPRESSÃO
Com o uso de cartas e fotografias que estimulam as reminiscências, tese de doutorado consegue melhora significativa dos sintomas depressivos em idosos
IZABEL LEÃO
Cartas, fotografias e lembranças foram trabalhadas com um grupo de seis idosos, que também eram convidados a trazer outros objetos de qualquer natureza que pudesse reconstituir lembranças. O trabalho foi feito pela pesquisadora Claudia Aranha Gil e apresentado como tese de doutorado no Instituto de Psicologia da USP.
Ao final da oficina psicoterapêutica, a observação clínica, os relatos individuais e os resultados descritos pelos instrumentos utilizados (inventário de qualidade de vida e inventário de depressão) demonstraram significativa melhora dos sintomas depressivos apresentados inicialmente e, de modo geral, melhora da qualidade de vida de todos os que concluíram a participação no grupo. “Também percebemos nos participantes maior abertura para o mundo e mais proximidade de si mesmos e de seus sentimentos”, diz a pesquisadora.
A utilização de fotografias e objetos facilitou a recordação das lembranças e a expressão das emoções dos participantes. A pesquisadora diz que, a partir dos relatos, notou que, ao materializar as recordações através das fotos – não necessariamente somente ligadas a perdas –, permitiu aos idosos o acesso às suas reminiscências. “Durante o processo da oficina, gradualmente foi se estabelecendo um modo de recordar mais saudável, aumentando a capacidade de valorizar os ganhos e a reafirmação da autoestima dos participantes”, reflete Claudia Gil.
Foi interessante perceber, segundo a pesquisadora, que em um ambiente terapêutico auxiliado pelo apoio do grupo ocorre um campo propício para o compartilhamento de experiências entre os participantes e a elaboração dos conteúdos psíquicos. Claudia explica que as fotografias e os objetos foram considerados em seu caráter transicional, à medida que permitiram estabelecer a ligação entre passado e presente, por meio da recordação das lembranças que despertaram.
A pesquisa “Recordação e Transicionalidade: A Oficina de Cartas, Fotografias e Lembranças como intervenção psicoterapêutica grupal com idosos”, utilizou método clínico de pesquisa, fundamentado na observação dos fenômenos estudados. Em sua tese de doutorado, Claudia trabalhou com os conceitos de transicionalidade, espaço potencial, recordação e integração, desenvolvendo considerações sobre a realização da oficina inspiradas na teoria winnicottiana.

Fotos e cartas que fazem relembrar momentos importantes da vida: reminiscências podem reduzir efeitos da depressão

Ambiente – A Oficina Psicoterapêutica de Cartas, Fotografias e Lembranças está baseada em um modo de intervenção psicanalítica que utiliza enquadres clínicos diferenciados à luz da teoria winnicottiana. Esse tipo de enquadre vem sendo pesquisado por uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social do Instituto de Psicologia da USP, sob a coordenação da professora Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo, no âmbito dos projetos Apoiar e Ser e Fazer – Oficinas Psicoterapêuticas de Criação.
Leila Salomão explica que as Oficinas Psicoterapêuticas têm se caracterizado como um importante espaço que privilegia tanto o atendimento à comunidade quanto o desenvolvimento da pesquisa clínica. “Utilizamos diferentes tipos de materialidades mediadoras, que visam a oferecer um ambiente terapêutico para favorecer o crescimento emocional e o desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo, criando condição de sustentação emocional e recuperação do gesto criativo, podendo assim gerar mudanças”, ressalta.
Para a coordenadora, a apresentação da materialidade mediadora em cada oficina é vista como um elemento facilitador do brincar, podendo ser considerado um paradigma do Jogo do Rabisco proposto pelo psicanalista inglês Donald Winnicott.
Embora Winnicott não tenha desenvolvido, entre os mais de 600 trabalhos que escreveu entre 1931 e 1970, nenhum que trata especificamente do envelhecimento, Claudia defende que ao tomar contato com sua obra nota-se que a teoria psicanalítica que ele concebeu mostra-se quase atemporal, expressando o que é próprio da condição humana, revelando uma concepção de ser humano que abre a possibilidade de desenvolver sua capacidade de ser em todo o seu potencial ao longo da vida. “Os conceitos desenvolvidos por Winnicott, como maturidade, criatividade, o brincar e continuidade de ser, por exemplo, podem ser aplicados a questões relacionadas ao envelhecimento, ampliando e aprofundando a compreensão sobre o tema.”
A questão da materialidade, segundo Claudia, é usada como mediação na comunicação entre o terapeuta e o paciente com a função de gerar condições para a expressão espontânea, fazendo com que o paciente saia de um estado de passividade e possa agir sobre o mundo, recuperando assim a possibilidade de existir de modo criativo.
As oficinas – Nas oficinas, a partir de encontros semanais com uma hora e meia de duração, os idosos partilham suas lembranças apoiando suas fotos ou outros itens em um quadro magnético branco que, auxiliado por ímãs, recebe e sustenta os diferentes materiais trazidos em cada sessão. O beiral do cavalete ou a superfície da mesa também fornecem base para que sejam apoiados objetos que não possam ser afixados no quadro.
Após afixar o material trazido para a sessão, os participantes posicionam-se ao redor do quadro, quando, então, é aberto um espaço para falarem sobre as recordações e experiências que essas materialidades suscitam, bem como sobre tantos outros acontecimentos que fazem parte da vida de cada um. “É desse modo que ocorre a manifestação da expressão coletiva, mas que conserva também o particular e o singular de cada indivíduo”, reflete a pesquisadora.
Ao final da sessão, o quadro magnético é fotografado e a imagem compõe um álbum que registra a produção do grupo. Durante as sessões o álbum permanece no local e fica disponível aos participantes. Ao serem fotografados novamente pela terapeuta durante a sessão, as fotografias e objetos instituem uma nova lembrança, contribuindo assim para o registro da sessão terapêutica e também, de modo mais amplo, para a construção da história do grupo.
A pesquisadora lembra que o relato das lembranças dos participantes foi vinculado a uma experiência de integração de aspectos passados que puderam ser ressignificados em relação às vivências presentes, possibilitando assim novas perspectivas para o futuro. “O enquadre utilizado favoreceu aos participantes do grupo experiências de maior sentido na superação de dissociações e recuperação da espontaneidade, podendo, dessa forma, agir sobre o mundo de modo mais ativo e criativo.”
Fonte: Jornal da USP http://espaber.uspnet.usp.br/jorusp/?p=16156 em 26/06/2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Comente abaixo o Encontro de quarta-feira, 15/06/2011.

A Profa. Ivete abriu o Encontro.














O pessoal se cumprimentando.














O pessoal trabalhando. Muitas perguntas e muitas histórias.
















segunda-feira, 16 de maio de 2011

Edmir Perrotti: "Biblioteca não é depósito de livros"

Idealizador de redes de leitura em escolas diz que é função do educador ajudar os estudantes a processar as informações do acervo



Edmir Perrotti

Desafios como a criação do hábito da leitura entre crianças e adolescentes, as novidades tecnológicas, a ampliação do acesso ao ensino e a sofisticação do mercado editorial levaram o professor Edmir Perrotti a uma nova concepção de biblioteca escolar e de seu papel pedagógico.

Com formação em Biblioteconomia - área que combinou com seu interesse em Educação -, ele é docente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, conselheiro do Ministério da Educação para a política de formação de leitores e autor de livros infantis.

Perrotti orientou a implantação de redes de bibliotecas inovadoras nas escolas municipais de São Bernardo do Campo, Diadema e Jaguariúna, no estado de São Paulo. Nessas estações de conhecimento, como ele prefere chamá-las, a aprendizagem é estimulada pela presença de suportes tecnológicos, como o computador e a televisão.

Em um ambiente que convida as crianças a descobrir e aprofundar o prazer da leitura, os livros convivem com outras linguagens, como a do teatro. "Assim trabalha-se o contato com as informações e também o processamento delas", diz. Ex-professor da Universidade de Bordeaux, na França, e de escolas de Ensino Fundamental no Brasil, além de editor e crítico literário, Perrotti concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA.

O que deve orientar a constituição de uma biblioteca escolar?

Edmir Perrotti Ela não pode restringir-se a um papel meramente didático-pedagógico, ou seja, o de dar apoio para o programa dos professores. Há um eixo educativo que a biblioteca tem de seguir, mas sua configuração deve extrapolar esse limite, porque o eixo cultural é igualmente essencial. Isso significa trazer autores para conversar, discutir livros, formar círculos de leitores, reunir grupos de crianças interessadas num personagem, num autor ou num tema. A biblioteca funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo.

De que modo se realiza essa abertura para fora da escola?


Perrotti O responsável pela biblioteca tem o papel de articular programas com a biblioteca pública e fazer contato com a livraria mais próxima, além de estar atento à programação cultural da cidade. Há uma série de estratégias possíveis para inserir a criança num contexto letrado. A biblioteca precisa ter outra finalidade que não seja simplesmente a de um depósito de onde se retiram livros que depois são devolvidos. Nós não trabalhamos mais com a idéia de unidades isoladas. O ideal é formar redes, um conjunto de espaços que eu chamo de estações de conhecimento, cujo objetivo é a apropriação do saber pelas crianças.

Qual é a necessidade das redes?

Perrotti Com o atual excesso de informações e a multiplicação de suportes, nenhuma biblioteca dá conta de todas as áreas em profundidade, até porque não haveria recursos para isso. O trabalho tem de ser compartilhado com outras unidades da rede, por meio de mecanismos de busca informatizados. Por exemplo: a escola guarda um pequeno acervo inicial sobre arte, mas, se o interesse for por um conhecimento aprofundado, recorre-se a uma biblioteca especializada na área. Hoje não há mais condições de manter o antigo ideal de bibliotecas enciclopédicas, que abarcavam todas as áreas de conhecimento.

Quem deve ser o responsável pela biblioteca?

Perrotti Processar as informações e criar nexos entre elas é um ato educativo. O responsável, portanto, é um educador para a informação, que nós chamamos de infoeducador, um professor com especialização em processos documentais. Uma rede de bibliotecas tem uma plataforma de apoio técnico-especializado, que é a área do bibliotecário, um especialista em planejamento e organização da informação. Junto com ele trabalham os educadores, que são especialistas em processos de mediação de informação. Dar acesso ao acervo não basta para que o aluno saiba selecionar e processar informações e estabelecer vínculos entre elas.

De que modo se estimula a autonomia numa biblioteca? 

Perrotti É preciso desenvolver programas para construir competências informacionais. Isso inclui desde ensinar a folhear um livro — para crianças bem pequenas — até manejar um computador. Antigamente imperava a idéia de que os adultos é que deveriam mexer nas máquinas e pegar os livros na estante. Hoje deve-se formar pessoas que tenham uma atitude desenvolvida, não só de curiosidade intelectual mas de domínio dos recursos de informação. Essa é uma questão essencial da nossa época.

Por que a escola tem falhado em ensinar os alunos a processar informações? 

Perrotti Porque se acredita que basta escolarizar as crianças para formar leitores. De fato, a escola tem o papel de construir competências fundamentais para a leitura, mas isso não quer dizer formar atitude leitora. Hoje, o que distingue o leitor das elites do leitor das massas é que o primeiro tem um circuito de trocas. Ele participa do comércio simbólico da escrita, da produção à recepção: sabe o que é publicado, informa-se sobre os autores, encontra outros leitores etc. Já a criança da escola pública muitas vezes não tem livros em casa e só lê o que o professor pede. Ela não tem com quem comentar. Está sozinha nesse comércio das trocas simbólicas.

Qual é o mínimo necessário para o funcionamento de uma biblioteca escolar?

Perrotti Estou convencido de que é a pessoa que trabalha ali, mediando relações entre a criança, a
informação e o espaço. Não precisa ser alguém superespecializado, mas que compreenda a função da escrita e da imagem e que saiba qual é a importância daquilo na vida das pessoas. Assim, a compra de livros seguirá um critério de escolha consciente. É claro que é bom construir um ambiente agradável e funcional, mas não é indispensável, porque a leitura não depende das instalações da biblioteca; ela se dá em qualquer lugar.

Quem deve escolher o acervo?

Perrotti Nós temos trabalhado um modelo em que a escolha é feita por todos os que participam dos processos de aprendizagem: professores, coordenadores, diretores e alunos. Formulários são colocados à disposição para que sejam feitas sugestões de compra. O infoeducador não só coleta esses dados como divulga, por meio dos quadros de aviso, as informações sobre lançamentos que saem na imprensa e na internet. Depois, ele vai analisar os pedidos, separá-los em categorias — livros importantes para os projetos em andamento, leituras de informação geral ou complementares etc. — e, com base nessas listas, a escolha é feita de acordo com os recursos disponíveis.

Como comprometer o aluno com a organização e a manutenção da biblioteca?

Perrotti Ele participa da escolha do acervo e também pode estar pessoalmente representado nele, por meio de livros que ele escreve e de documentos de sua passagem pela escola. Uma parte do acervo vem da indústria cultural e outra é produzida internamente, com documentos e relatos referentes à história da instituição. Formar um repertório de dados locais cria relações com as informações universais.

Descreva a biblioteca escolar ideal.

Perrotti É aquela que possui todo tipo de recurso informacional, do papel ao equipamento eletrônico. O espaço é construído especialmente para sua finalidade e de acordo com quem vai usar. Se o público majoritário é infantil, a disposição dos móveis e do acervo deve permitir que a criança se mova com autonomia. É preciso ser um local acolhedor, mas que empurre rumo à aventura, porque conhecer é sempre se deslocar.

Por que se diz que os jovens não gostam de ler?

Perrotti Os interesses mudam na passagem da infância para a adolescência e a leitura que era feita antes já não interessa tanto, mesmo porque cresce a concorrência de outras mídias. Essa é uma transição crítica e ainda não foram definidas ações específicas para promover a leitura nessa faixa etária. Os adolescentes identificam o livro com as tarefas da escola, que reforça essa percepção porque raramente sai da abordagem instrumental da leitura. E no âmbito social, entre os amigos, a leitura não está presente. Mesmo assim, essa fase é a das grandes paixões. Portanto, há um espaço enorme para promover a leitura entre os jovens.

É possível formar leitores por meio de políticas públicas?

Perrotti O problema é saber que caráter elas têm. Eu não concordo com estratégias que pretendam ensinar os alunos a gostar de ler. A função do poder público é criar ambientes que dêem condições de ler, tentar despertar as crianças para as potencialidades da escrita, prepará-las para as competências leitoras — enfim, providenciar para que seja constituída a trama que sustenta o ato de ler. Mas gostar de ler é questão de foro íntimo, não de políticas públicas.

A escola deve obrigar um aluno a ler livros e freqüentar bibliotecas mesmo que ele não goste?

Perrotti Não se pode deixar de perguntar por que esse aluno não gosta de ler. Ele teve uma relação negativa com a situação de aprendizagem? Ninguém lê em casa? Tem dificuldades de visão? Não domina o código? Não tem circuitos culturais a sua volta? Tudo isso pode e deve ser trabalhado. Agora, se ele teve apoio para experimentar a prática da leitura e prefere fazer outras coisas, não adianta forçar. É claro que não estou falando da leitura funcional, indispensável para a vida diária. Nesse caso, é obrigatório negociar com a criança o "não querer ler".

É melhor ler literatura de má qualidade do que não ler nada? 

Perrotti A pergunta já supõe que de fato existe uma literatura de má qualidade. Há leitores que são capazes de voar longe com um suposto mau livro, assim como há muitos trabalhos escolares que se utilizam de grandes textos, mas sufocam o interesse de aprender. Por outro lado, não é possível deixar o gosto do leitor imperar sozinho. É fundamental operar mediações entre as crianças e uma literatura que tenha condições de produzir significações importantes.

O uso do livro em sala de aula está em decadência? 

Perrotti Ele está aquém do que gostaríamos que fosse e também do que seria necessário. Mesmo assim, o livro está entrando nas escolas numa medida que não entrava, nem que seja por meio das distribuições feitas pelo Ministério da Educação e as secretarias estaduais e municipais. Há 50 anos nem sequer se sonhava com isso no Brasil. O problema maior é o de mau uso desses livros, com estratégias impositivas de leitura. Muitas vezes falta penetrar no avesso dos textos com as crianças e realmente mergulhar numa viagem de conhecimento, de imaginação.

Até que ponto as bibliotecas levam ao hábito da leitura?

Perrotti Eu participei de uma pesquisa feita com as crianças usuárias das redes de biblioteca que ajudei a implantar no estado de São Paulo. Queríamos saber se elas estão incorporando a leitura a sua prática de vida e não apenas como lição de casa. Qual é a constatação? Houve um grande avanço e as crianças se mostram muito mais familiarizadas com os livros, mas infelizmente ainda não usam as novas competências para trocas culturais. Por exemplo: não têm o hábito de comprar e emprestar livros. A prática escolar não se transferiu para a prática cultural.

Há perspectiva de mudança para essa situação? 

Perrotti Eu vejo uma tendência de funcionalização. Os meios eletrônicos trouxeram, aparentemente, uma presença maior da escrita, mas o uso que se faz dela é cada vez mais abreviado. Vai-se transformando a língua no elemento mínimo para a transmissão da mensagem. Nós estamos a anos-luz de formar pessoas que, ao cabo do período de escolaridade, vão se relacionar com a escrita como uma ferramenta de conhecimento e de experiências estéticas, numa dimensão não pragmática. Restringir as ferramentas de linguagem a sua função utilitária é retirar de nós mesmos aquilo que nos humaniza — a capacidade de dizer de uma forma articulada. As novas bibliotecas têm de enfrentar essa questão.

Entrevista concedida a Márcio Ferrari - Nova Escola, em 11/05/2011.

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/biblioteca-nao-deposito-livros-423601.shtml