quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Despedida

A Despedida de Pedrina

Adeus, escola mui breve
Vai ficar na solidão
E que a saudade eu leve
dentro do meu coração.

Longe da sua amizade
Ausente da sua voz
Há de ficar a saudade
Que mora dentro de nós.

Sozinha - que desconsolo -
Vou longe daqui ficar
E este silêncio tão morto
Que hoje aqui vou deixar.

Adeus, ó mestra querida
Adeus, nosso segundo lar
Adeus, queridas colegas
Adeus, nossa boa escola.

A cura através das lembranças



DEPRESSÃO
Com o uso de cartas e fotografias que estimulam as reminiscências, tese de doutorado consegue melhora significativa dos sintomas depressivos em idosos
IZABEL LEÃO
Cartas, fotografias e lembranças foram trabalhadas com um grupo de seis idosos, que também eram convidados a trazer outros objetos de qualquer natureza que pudesse reconstituir lembranças. O trabalho foi feito pela pesquisadora Claudia Aranha Gil e apresentado como tese de doutorado no Instituto de Psicologia da USP.
Ao final da oficina psicoterapêutica, a observação clínica, os relatos individuais e os resultados descritos pelos instrumentos utilizados (inventário de qualidade de vida e inventário de depressão) demonstraram significativa melhora dos sintomas depressivos apresentados inicialmente e, de modo geral, melhora da qualidade de vida de todos os que concluíram a participação no grupo. “Também percebemos nos participantes maior abertura para o mundo e mais proximidade de si mesmos e de seus sentimentos”, diz a pesquisadora.
A utilização de fotografias e objetos facilitou a recordação das lembranças e a expressão das emoções dos participantes. A pesquisadora diz que, a partir dos relatos, notou que, ao materializar as recordações através das fotos – não necessariamente somente ligadas a perdas –, permitiu aos idosos o acesso às suas reminiscências. “Durante o processo da oficina, gradualmente foi se estabelecendo um modo de recordar mais saudável, aumentando a capacidade de valorizar os ganhos e a reafirmação da autoestima dos participantes”, reflete Claudia Gil.
Foi interessante perceber, segundo a pesquisadora, que em um ambiente terapêutico auxiliado pelo apoio do grupo ocorre um campo propício para o compartilhamento de experiências entre os participantes e a elaboração dos conteúdos psíquicos. Claudia explica que as fotografias e os objetos foram considerados em seu caráter transicional, à medida que permitiram estabelecer a ligação entre passado e presente, por meio da recordação das lembranças que despertaram.
A pesquisa “Recordação e Transicionalidade: A Oficina de Cartas, Fotografias e Lembranças como intervenção psicoterapêutica grupal com idosos”, utilizou método clínico de pesquisa, fundamentado na observação dos fenômenos estudados. Em sua tese de doutorado, Claudia trabalhou com os conceitos de transicionalidade, espaço potencial, recordação e integração, desenvolvendo considerações sobre a realização da oficina inspiradas na teoria winnicottiana.

Fotos e cartas que fazem relembrar momentos importantes da vida: reminiscências podem reduzir efeitos da depressão

Ambiente – A Oficina Psicoterapêutica de Cartas, Fotografias e Lembranças está baseada em um modo de intervenção psicanalítica que utiliza enquadres clínicos diferenciados à luz da teoria winnicottiana. Esse tipo de enquadre vem sendo pesquisado por uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social do Instituto de Psicologia da USP, sob a coordenação da professora Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo, no âmbito dos projetos Apoiar e Ser e Fazer – Oficinas Psicoterapêuticas de Criação.
Leila Salomão explica que as Oficinas Psicoterapêuticas têm se caracterizado como um importante espaço que privilegia tanto o atendimento à comunidade quanto o desenvolvimento da pesquisa clínica. “Utilizamos diferentes tipos de materialidades mediadoras, que visam a oferecer um ambiente terapêutico para favorecer o crescimento emocional e o desenvolvimento das potencialidades de cada indivíduo, criando condição de sustentação emocional e recuperação do gesto criativo, podendo assim gerar mudanças”, ressalta.
Para a coordenadora, a apresentação da materialidade mediadora em cada oficina é vista como um elemento facilitador do brincar, podendo ser considerado um paradigma do Jogo do Rabisco proposto pelo psicanalista inglês Donald Winnicott.
Embora Winnicott não tenha desenvolvido, entre os mais de 600 trabalhos que escreveu entre 1931 e 1970, nenhum que trata especificamente do envelhecimento, Claudia defende que ao tomar contato com sua obra nota-se que a teoria psicanalítica que ele concebeu mostra-se quase atemporal, expressando o que é próprio da condição humana, revelando uma concepção de ser humano que abre a possibilidade de desenvolver sua capacidade de ser em todo o seu potencial ao longo da vida. “Os conceitos desenvolvidos por Winnicott, como maturidade, criatividade, o brincar e continuidade de ser, por exemplo, podem ser aplicados a questões relacionadas ao envelhecimento, ampliando e aprofundando a compreensão sobre o tema.”
A questão da materialidade, segundo Claudia, é usada como mediação na comunicação entre o terapeuta e o paciente com a função de gerar condições para a expressão espontânea, fazendo com que o paciente saia de um estado de passividade e possa agir sobre o mundo, recuperando assim a possibilidade de existir de modo criativo.
As oficinas – Nas oficinas, a partir de encontros semanais com uma hora e meia de duração, os idosos partilham suas lembranças apoiando suas fotos ou outros itens em um quadro magnético branco que, auxiliado por ímãs, recebe e sustenta os diferentes materiais trazidos em cada sessão. O beiral do cavalete ou a superfície da mesa também fornecem base para que sejam apoiados objetos que não possam ser afixados no quadro.
Após afixar o material trazido para a sessão, os participantes posicionam-se ao redor do quadro, quando, então, é aberto um espaço para falarem sobre as recordações e experiências que essas materialidades suscitam, bem como sobre tantos outros acontecimentos que fazem parte da vida de cada um. “É desse modo que ocorre a manifestação da expressão coletiva, mas que conserva também o particular e o singular de cada indivíduo”, reflete a pesquisadora.
Ao final da sessão, o quadro magnético é fotografado e a imagem compõe um álbum que registra a produção do grupo. Durante as sessões o álbum permanece no local e fica disponível aos participantes. Ao serem fotografados novamente pela terapeuta durante a sessão, as fotografias e objetos instituem uma nova lembrança, contribuindo assim para o registro da sessão terapêutica e também, de modo mais amplo, para a construção da história do grupo.
A pesquisadora lembra que o relato das lembranças dos participantes foi vinculado a uma experiência de integração de aspectos passados que puderam ser ressignificados em relação às vivências presentes, possibilitando assim novas perspectivas para o futuro. “O enquadre utilizado favoreceu aos participantes do grupo experiências de maior sentido na superação de dissociações e recuperação da espontaneidade, podendo, dessa forma, agir sobre o mundo de modo mais ativo e criativo.”
Fonte: Jornal da USP http://espaber.uspnet.usp.br/jorusp/?p=16156 em 26/06/2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Comente abaixo o Encontro de quarta-feira, 15/06/2011.

A Profa. Ivete abriu o Encontro.














O pessoal se cumprimentando.














O pessoal trabalhando. Muitas perguntas e muitas histórias.